sábado, 28 de maio de 2022

BLOG : SENTIDOS Nem sempre – ou quase nunca – as coisas acontecem como queremos ou merecemos. Nem sempre – ou quase nunca – as coisas acontecem na altura em que as desejamos ou na altura em que nos fazem mais falta. Nem sempre – ou quase nunca – percebemos porquê. Só há uma certeza que as voltas da vida não nos tiram: a de que temos de continuar a lutar e de lutar por continuar. Nem sempre – ou quase nunca – o caminho é claro e se abre à nossa passagem. Que seja. Desde que saibamos aonde queremos chegar, desde que não nos deixemos ao abandono pelas amarguras com que nos vamos deparando, havemos de lá chegar. O momento chegará, desde que não nos contentemos em desistir. Nem sempre – ou quase nunca – é fácil, mas havemos de lá chegar, porque a direção pode mais do que o caminho!!!

terça-feira, 26 de setembro de 2017

As palavras morreram, meu amor...

 
 
 

As palavras morreram, meu amor...
Tresmalharam-se no turbilhão da vida, perderam-se nas torrentes do desapego que não soubemos refrear... 
Calaram-se as canções do coração. Triste pranto sem lágrimas, coração vazio... obscurecido... roga ainda por uma simples palavra... uma luz secreta que ainda vive na memória do horizonte...
Silenciaram-se os olhos que já não sabem sorrir... já não há paisagens de futuro a desbravar na primavera dos sentidos... já não há poesia a visitar-me no silêncio das minhas noites...
Fecho os olhos e não vejo nada... a estrada por onde eu caminho já não tem o perfume das brisas... há um vendaval que me arrasta em angústia nas ondas enfurecidas da Razão.
Foge-me a vida... e eu ainda procuro o sonho, um fugaz contentamento que abrande este tormento.
Esvai-se a alvorada do espelho, marcas de dor tatuadas numa tez apagada e sem brilho...
Já pouco remanesce em mim... a não ser resquícios de um sonho moribundo que eu embalei ingenuamente, pedaços de quimeras imperfeitas sem sentido.
Lateja a ferida da alma que não cicatriza, dói-me a saudade, o pensamento que não te quer, mas onde sempre regressas numa memória que não quero ter!!!

sábado, 7 de janeiro de 2012

FIZ AMOR CONTIGO....



Fiz amor contigo...
Não de corpos suados... De beijos loucos...
Mas um amor de olhares
Um amor de gestos...
Em que suavemente beijei
Todos os recantos do teu rosto...
Um amor em que eras flor
E eu... Água borrifada em tuas pétalas...

Fiz amor contigo...
Mas não um amor frenético feito de instintos e paixão...
Antes um amor sereno
Construído com as nuvens...
Amor em que tu és o Sol
E eu o céu que iluminas...
Um amor tecido de seda
Um amor inocente...
Onde a minha mão e a tua timidamente se tocam...

Fiz amor contigo...
Sem o coração acelerado
Sem a loucura do desejo...
Um amor feito de sonho e sorriso...
De instantes tão doces que todo o mundo pára
Invejando a paz que emanamos...

Fiz amor contigo no meu sonho...
Um amor profundo...
Em que te dei a minha alma...
Em que cada toque no teu rosto
Foi emoção incontida...

Fiz amor contigo...
Na mais bela das suas formas
As formas com que te revelo o meu coração...

terça-feira, 15 de novembro de 2011

SINTO SAUDADE...


Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.

Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?

Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem me deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste!...


domingo, 6 de novembro de 2011

QUERO UM AMOR.....





Quero um amor.

Quero um amor por inteiro.

Não desses que se repartem

Que magoam,que invadem

Que marcam presença,

Causam danos e partem.

Quero um amor sincero.

Que complete o que mais quero

Que entenda de sentimentos

Os mais puros e delicados

Os mais simples e complicados.

Quero um amor diferente,

Um amor eloquente,

Que me arrebate a alma

Deixe-me calma, que sem preconceitos

Sacie os anseios,viole os direitos.

Quero um amor alado

Que esvoace ao meu lado,

Que alcance meus pensamentos

Que os transpasse,que me abrace

E sem alarde, me ame de verdade!

sábado, 5 de novembro de 2011

EXISTO EM TI....


Estende a tua mão e sente-me.
Ignora o supérfluo...atinge o desejado.
Desvenda os mistérios escondidos, decifra cada cicatriz,
cada poro, cada traço.

Estende a tua mão e toca-me.
Os teus dedos são sensações de loucura,
plenos de desejos camuflados, escritos, devorados, assumidos.

Estende a tua mão e não digas que nunca te senti!

Os olhos descobrem a alma
a boca sensualiza o desejo.
E o toque dessa mão é tão subtil e apaixonado!

Percorre-me o vento da loucura.
Ardem em mim fogueiras milenares.

Estende a tua mão e mergulha nos meus sonhos,
sente a minha realidade,
engole a minha alma,
possui a minha carne e o meu eu.

Estende a tua mão e sê quem sou.
Percebe como amo e como quero,
até ao fim, sem soluções, sem trâmites.
Paixão pura, desejo insondável, réplica de terramoto emocional.

Estende a tua mão e ama.
Não te prendas com o que te rodeia,
não me troques pelas imagens do mundo apocalíptico.

Existo em ti, no teu sonho e na tua realidade.
Preciso da tua rendição, do teu suspiro sussurrado.

Vês o infinito nos meus olhos?
Sentes o imaginário na minha pele?
Receias a sensualidade dos meus beijos?

Estende a tua mão e sonha.
Apareço-te na névoa da lembrança...mas quero-te.
Nuvens, sonhos, fantasias, nada são.
Querer é mais.
Querer é ter.
Querer é possuir e sentir o objeto de desejo.

Estende a tua mão....e descobre-me!